Neste mês a bicampeã olímpica e duas vezes a melhor jogadora do mundo, a capitã do Terracap/BRB/Brasília Vôlei, Paula Pequeno, comemorou 35 anos de idade. Em uma vida dedicada ao esporte, Paula celebrou 20 anos de carreira. Além das duas marcas, a ponteira também completará quatro anos vestindo a camisa do Brasília, sendo a única remanescente do elenco que iniciou o projeto montado por Leila Barros e Ricarda Lima, na Superliga 13/14.
Paula Pequeno retornou à Brasília em 2013, após encerrar seu contrato com o Fenerbahçe da Turquia. Desde 1997, quando ainda atuava pela ASBAC, a jogadora não representava uma equipe da cidade onde nasceu e passou a infância. Criada entre a Guariroba e o Guará – cidades satélites da Capital, a jovem atleta mudou-se para São Paulo quando tinha apenas 14 anos. Após conquistar tudo no voleibol, Paula acertou com o recém-criado Brasília Vôlei. A estreia oficial da atacante foi no dia 27 de setembro de 2013, diante do Barueri, no Ginásio Sérgio Honda, em São Paulo. Na ocasião as paulistas venceram por 3×0.
Neste ano singular na carreira da bicampeã e MVP olímpica, a Ponto MKT Esportivo conversou com a atleta, que analisou as quatro temporadas com o Terracap/BRB/Brasília Vôlei, revelou algumas vontades e fez projeções para o futuro. Confira.
Ponto MKT: Qual foi o sentimento quando você recebeu o convite do Terracap/BRB/Brasília Vôlei para retornar à sua cidade?
PP4: Lembro nitidamente porque foi motivo de muita felicidade para mim. Primeiro porque nunca imaginei que fosse morar em Brasília novamente, ter a possibilidade de ficar perto da minha família após 16 anos pelo mundo – passei por São Paulo, outros países e várias cidades… Fiquei realmente muito feliz e minha família ficou em êxtase. O sentimento foi de agradecimento a Deus por fazer parte do projeto e principalmente aqui dentro de casa, no meu berço.
Ponto MKT: 2013/2014
PP4: A primeira temporada foi muito difícil porque tínhamos um time montado às pressas e ainda não era tão organizado como é hoje. Vivemos alguns contratempos no primeiro ano de projeto, mas conseguimos, dentro do esperado, a classificação para o próximo ano de Superliga. Isso foi fundamental pois era um projeto novo e manter-se na elite na temporada seguinte foi muito bom. Pessoalmente, olhar para a arquibancada e rever meus amigos de infância e minha família me marcou muito naquele ano.
Ponto MKT: 2014/2015
PP4: Na segunda temporada algumas mudanças não ocorreram e foi um ano muito complicado, pessoalmente falando. Não consegui jogar meu voleibol pois o time não deu liga, o dia-a-dia não era legal e isso comprometeu bastante, mas conseguimos subir na classificação ao final do campeonato.
Ponto MKT: 2015/2016
PP4: Nessa temporada o Manu Arnaut veio com uma proposta diferente de trabalho e o time foi renovado. Aquele momento foi onde me reencontrei. A chegada da Sassá também foi essencial para mim porque, além de uma grande atleta, é uma grande amiga. Vivemos muitos momentos delicados e felizes juntas, então quando ela chegou eu sabia que teria uma pessoa do meu lado para me ajudar a reencontrar meu voleibol e que iria estar torcendo e me apoiando diariamente. Isso me deu muita confiança. Estávamos muito bem treinadas técnica e fisicamente. Tínhamos o preparador físico Lucas Tessutti, que, particularmente, gosto bastante do trabalho dele. O Manu é uma pessoa que amei conhecer. É um cara competente, trabalhador, de um caráter maravilhoso e tudo isso me ajudou e me deixou tranquila. Dedicaria essa terceira temporada, que foi meu auge físico e técnico, a essas três pessoas: Manu, Sassá e Lucas.
Ponto MKT: 2016/2017
PP4: Esse ano o Anderson veio com esse papel que a Sassá, o Lucas e o Manu tiveram. Como existe amizade, respeito e carinho entre nós, a gente se sente valorizada e à vontade para trabalhar. Mais um ano tenho pessoas que tornam-se pilares para mim, peças-chave para que eu consiga jogar motivada e realmente esteja com a cabeça totalmente voltada a estar bem o tempo todo, tanto técnica quanto fisicamente. É o início da carreira dele como técnico e de repente essa confiança mútua pode ser boa para os dois. Por mais que critiquemos um ao outro, sabemos do fundo do coração que nunca será por maldade.
Ponto MKT: Já imaginou encerrar a carreira no Terracap/BRB/Brasília Vôlei?
PP4: Tenho pensado nisso. É claro que seria muito legal poder terminar aqui, até porque antes minha base era em São Paulo, a minha casa é em São Paulo. Agora estou até vendendo lá para morar de vez em Brasília. É aonde quero ficar e permanecer depois de encerrar a carreira, com meus novos projetos, nova vida… Me despedir, de repente, com o ginásio lotado e aquela emoção toda… Até visualizei esse momento quando acabou nosso jogo contra o Rio do Sul e pensei: “Nossa, será que Deus me trouxe para cá para eu fechar meus últimos anos lindamente com meus amigos e minha família?” Se for isso que ele escreveu só tenho a agradecer, mas tomara que demore um pouco (risos).
Ponto MKT: Quais são os planos para o futuro?
PP4: Quero fazer alguma oficina para atuar. Adoraria ser atriz, combina demais comigo e tem o fato deu cantar, isso abre um leque de opções e dá para abusar bastante de mim (risos). Começarei a fazer alguma dessas oficinas já para me familiarizar e até para me decidir, pois ainda não tenho certeza se é isso mesmo que quero. Relançarei minha marca ‘PP4’ porque um dos meus sonhos é ter uma marca de bolsas e sapatos – coisas que amo de paixão. Tenho procurado um parceiro para fazermos uma sociedade e tocar esse projeto. São projetos e sonhos que tenho e devo ir colocando em prática aos poucos.
O Terracap/BRB/Brasília Vôlei é patrocinado pela Terracap, Corretora Seguros BRB, Café do Sítio e SESI
Published by